Por: David Nepomuceno
Eu e minha janela, que dobradinha arteira,
Vejo o mundo, o mundo não me vê.
Vejo seu Nicolau, que parece não esta legal,
Cambaleante, anda escorando aqui, e ali,
Olha para os lados, para frente e para trás.
Como diriam meus filhos: Caraca!
Fez xixi o velho Nicolau!
Eu e minha janela, que dobradinha arteira,
Vejo o mundo, e o mundo não me vê.
Vejo os moleques deixando desagradáveis marcas,
Nos muros e fachadas pobres e, indefesas, porém,
Há dias, que é da caça, ou devo dizer: Da fachada!
Ficarão bom tempo no estaleiro, por não lerem:
“Cão sardento, rabugento, neurótico e estressado.”
Eu e minha janela, que dobradinha arteira,
Vejo o mundo e o mundo não me vê.
Vejo dona Maria debruçada sobre o muro,
Imagina poder me fazer concorrência,
Vigia, olha, encara, debocha, provoca e fala,
Fala do Nicolau, fala dos moleques,
Só não fala que sua filha... Eu e minha janela!
Eu e minha janela, que dobradinha arteira,
Vejo o mundo e o mundo não me vê.
Vejo seu Ricardo esperto pulador de cerca,
Pulou do Juvenal, do Afrânio e do Amaral.
No futebol era a hora de dizer: Eu sou o tal!
Embora não saiba, ele é o tal,
Tal como... Afrânio, tal como Juvenal!
Eu e minha janela, que dobradinha arteira,
Vejo o mundo e o mundo não me vê.
Mas embora o mundo não me veja,
Acima do sol, também existe uma janela,
E nela coroado está um Deus,
Que vê até o que não é visível,
Que vergonha, na minha janela,
Meu Deus me vê, e há de me julgar,
Como julgo da minha janela,
A vida dos meus irmãos!
Muito bom... muito bom mesmo! "além das imagens fortes o conteúdo".
ResponderExcluirEsse texto realmente é mto bom!!!! =)
ResponderExcluir"Que vergonha, na minha janela,
Meu Deus me vê, e há de me julgar,
Como julgo da minha janela,
A vida dos meus irmãos!"
Essa parte é uma realidade hoje em dia infelismente.......q Deus nos ajude a mudar 'nossa janela'