Boêmia, Palco do Amor e da Guerra

Boêmia, Palco do Amor e da Guerra
Em meio a guerra religiosa do século XVII, um jovem casal de apaixonados vivem o sonho de um amor impossível. Ela protestante, ele católico! Conseguirão viver este amor? Boêmia, palco do amor e da guerra é um romance extremamente dinâmico, que fará você sorrir e chorar! nele, os paralelos estão lançados: Espiritual e físico, lealdade e traição, verdade e mentira, vida e morte, e principalmente, o amor e a guerra!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ontem e Hoje



Por: David Nepomuceno

Hoje, te vejo,
Não, não como lhe via ontem.
Hoje te vejo e estremeço.
Ontem, tomava-te por avesso.

Hoje, em teus olhos,
Há fogo, há chama!
Ontem, havia compaixão,
Havia amor e perdão!

Hoje, diademas há,
Em sua cabeça.
Ontem, porém... Impossível disfarçar?
Coroa de espinhos a lhe adornar!

Hoje, na sua boca,
Terrível espada se vê.
Ontem seus lábios,
Feridos foram sem merecer!

Hoje, cercado lhe vejo,
De soldados angelicais.
Ontem cercado tu estava,
De descrentes, bravatas e imorais!

Hoje, vejo-te erguido,
Assentado sobre um cavalo branco!
Ontem erguido era na madeira,
Onde findara seu pranto!

Hoje, ninguém há,
Que em teu manto ousa tocar!
Ontem usaram da sorte,
Suas vestes dividiram-se em lote!

Hoje, vejo em teu rosto,
A dureza das suas ações,
A fidelidade aos que,
A ti foram fiéis.
Vejo guerra e justiça.
Fogo, morte e ruína,
Não é tempo de emundar!
O que resta é sofrer e chorar.
Fecho os olhos e vejo,
Sinto, ouço, cheiro!
Como é funesto,
O grande e terrível dia do Senhor!                     

terça-feira, 21 de junho de 2011

Vidas e Caminhos


Por: David Nepomuceno

Vidas, que se lançam por
Caminhos que se apresentam.
Caminhos, que conduzem
Vidas por tempo combinado,
E as levam dia a dia,
Através de...
manhãs nubladas e sem brilho.
Através de...
manhãs ensolaradas e brilhante.
Pelas tardes...
Cinzentas, lúgubre.
Pelas tardes...
Vagueias harmoniosa.
Por noites...
Sombrias, maculadas.
Por noites...
Estreladas, de lua cheia.
Caminhos de morte,
Caminhos de vida,
Caminhos que conduzem,
Que levam,
Que...
Findam-se!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Agenor Nepomuceno Meu Pai


Por: David Nepomuceno

 

Do auto de Sua glória,
Exaltado entre Anjos e Querubins.
Deus, de tantos que amou,
Dos Nepomucenos não se afastou.

E de todos Nepos que viu,
Foi o seu coração que se abriu!
Quebrantado e triste, tornou-se,
Terra convidativa a boa semente!

Que foi assentada,
Que germinou,
Que floriu,
Que cresceu,
Que frutificou!

Quase meio século de renascimento,
Erga teus olhos pastor Agenor!
E veja... Sinta o doce sabor,
De seu incansável sacerdócio!

Somos teus filhos,
Somos herança sua,
Somos troncos, galhos, folhas,
Somos filhos, netos e bisnetos!

Nosso ministério não será maior,
Nem ainda, menor que o seu.
Será apenas a continuação e a certeza,
Que a boa obra iniciada em ti, jamais terá fim!

domingo, 12 de junho de 2011

Ironia






Por: David Nepomuceno

A fruta esconde a semente,
À noite, os mistérios ocultam,
O vento, sua casa a quem revela?
Mulher que encastoa o que não lhe pertence,
Onde escondeste o meu amor?
Olho-te ao deitar e levantar,
Ao sair e ao chegar.
Ao banhar-se atento estou.
Formosa mulher,
De encantos e desencantos,
De venturas e desventuras.
Em algum lugar ou momento,
Lá deverei procurar!
Em sua alma é impossível se achegar,
Intransponíveis barreiras levantan-se
Na sua boca eu por momentos o vejo,
Mas, anátema é, quando vem seguido,
De: martírio, obrigação, e desprazer!
Procuro em teus olhos,
Repetidas vezes o procuro.
Já os vi ante, hoje, não os vejo mais.
No seu coração já o busquei,
Estava nublado como triste dia de inverno.
Por compaixão, onde está o meu amor?
Se estiver em sua alma, compreendo,
Que para ela, exista senha,
Se a senha é o teu amor,
Talvez haja esperança, haja salvação,
Eu lhe dou seu amor,
Que, confesso cobertas estás de:
Teias e traças, aos quais,
O tempo achando-me disperso,
Encarregou-se de produzir.
O seu amor, cristalino lhe entreguei,
E vi sua alma ser liberta sem chave,
E com ela, o meu amor!
Que ironia, procurei em sua alma, coração,
E em teus olhos, e o achei...
No meu mais profundo egoísmo!

sábado, 11 de junho de 2011

Recado de Mãe


Por: David Nepomuceno


Olá, já te sinto em mim,
Já te sentis em mim?
Em meu corpo agora,
Dois corações no mesmo compasso,
Fazem-se ouvir.

Olá, já te sinto em mim,
Já te sentis em mim?
Creia... se alimentas de mim,
E alimentas a mim!
É parte imensurável de mim!

Olá, já te sinto em mim,
Já te sentis em mim?
Absorva o que precisar,
Mas, não deixe de colher: esperança, fé, dignidade.
E sabedoria para tudo conservar.

Olá, já te sinto em mim,
Já te sentis em mim?
Na primavera, botões se abrirão em flor,
Beleza e fragrância, o amor estará no ar,
É a vida cumprindo seu papel.

Sophia amada e aguardada,
Junto às flores da primavera,
Continuaremos eternamente nos sentindo!
Pois,  já te sinto em mim,
Já te sentis em mim?












sexta-feira, 10 de junho de 2011

A Mais Querida Namorada

Por: David Nepomuceno

De madrugada o sono uma peça me prega,
Ardiloso sorri me boicotando.
Todos dormem, o silêncio me acompanha,
No peito... Saudade balzaca,
E uma gélida certeza:
Nem nos Andes chileno
Viu-se, tamanho abismo,
Dois destinos separar!

O sono matreiro, agora,
Já me observa mais de perto
Tento com um salto agarrá-lo, em vão,
É arisco como cão brincalhão.
Deixo-o e volto-me a você,
Sinto sua falta, balzaca menina.
De sua imperfeição, tão marcante,
Tão sedutora, tão... Você.
Suas mãos pelos cabelos passear,
Quantos segredos a me revelar!

O moleque, agora mansamente,
Corteja-me, quase a se desculpar.
Posso ouvir sua voz, menina balzaca.
Seu cheiro sentir, sua boca quente... Gelada!
Embriagado agora, pelo serelepe moleque,
Minhas pálpebras, a desafiar-me insistem.
Pouco tempo resta-me, tempo de dizer-te,
Amo-te! Não devo querer-te,
Não a quero, mas respiro você!
Abstruso é bem o sei, como sei também,
Que você foi minha mais querida namorada!


terça-feira, 7 de junho de 2011

Aos Bombeiros do Rio de Janeiro


Por: David Nepomuceno       

          Fui dormir pensando nas lutas pela liberdade, pelo direito, pela vida e em quantos ditadores surgiram e ainda surgem em meio ao ser humano[?]. Nesta viagem subjetiva, observei Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, assumir solitariamente e publicamente a culpa de querer ser filho de uma nação livre. Um pouco antes, também pude notar os franceses lutando, marcando na história sua revolução, e proclamando seus princípios universais: liberdade, igualdade e fraternidade. Outros grandes homens marcaram suas vidas com grandes feitos, como: Gandhi, Zumbi dos Palmares, João Cândido Felisberto [o almirante negro], os heróis anônimos que perderam suas vidas na revolução de 1964 e outros tantos.  Infelizmente, na mesma proporção de heróis, surgem: Hitler, nossos generais presidentes, Augusto Pinochet, etc. o espaço aqui é pequeno para tantos anti-heróis.
 
          No momento em que observava tudo isso bem de perto, quase me engajando nestas lutas, fui levado imediatamente para o quartel do corpo de bombeiros do estado do Rio de Janeiro, lá os militares, depois de tanto insistirem inutilmente para uma negociação pacífica, partiram para o desespero ao invadir o quartel, arrombando-lhes o portão, aos brados de vitória. A mídia ficou extremamente excitada, os olhos de todos ficaram perplexos com a ousadia daqueles homens, que buscavam o direito de manter suas famílias com dignidade. Embora não seja bombeiro, cantei emocionado com eles: “bombeiros unidos jamais serão vencidos...!” Quando surgiram no fim da rua, as luzes piscando e o som das sirenes, anunciando que o batalhão de choque da policia militar estava chegando, imediatamente homens, mulheres e crianças respiraram fundo, estavam decididas a não darem um único passo atrás! Os policiais desceram das viaturas, empunhando seus escudos aterrorizadores, seus sprays de pimenta, bombas de gás e suas doloridas balas de borrachas. Fizeram então uma linha de ataque, os bombeiros não se amedrontaram e fizeram a mesma linha, por alguns segundos, policiais e bombeiros ficaram frente a frente, olhos nos olhos! Foram os policiais que tomaram a iniciativa! Jogaram os sprays, os escudos, e as bombas ao chão, se alinharam ao lado dos irmãos bombeiros e juntos cantaram: “o povo quando unido Cabral é vencido!” E quanto mais enviassem policiais, maior se tornava o clamor por justiça! Chorei muito participando deste ato histórico, em que o povo finalmente deu uma resposta de conscientização a elite deste país. No entanto, chorei mais ainda, quando acordei e vi que era apenas um... sonho!


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Morena Jambo

Por: David Nepomuceno



















Já cantava o poeta: “o tempo não para.”
Mas, como explicar o buchicho na ordem da natureza,
Quando uma morena jambo, menina mulher!
Gentilmente altiva ofuscou com sua beleza,
O poder luminoso do astro rei! 

O vento então disse ao sol:
Não precisei soprar minhas nuvens sobre ti.
Nem minha estação chegou!
Replicou o inverno,
Com leve sorriso irreverente.

A lua escondeu-se enciumada,
Enquanto as estrelas brindaram inédita beleza!
As flores desabrocharam como em primavera,
Designando encanto e fragrância,
Aonde caminhassem os pés da menina.

O astro rei, humilde e simpático
Bradou dos céus: “surgiu para a vida,
Encantando, ofuscando, deslumbrando,
Uma jovem, menina mulher,
Beatriz é seu nome e encantar sua missão!”