Por: David Nepomuceno
Hoje, te vejo,
Não, não como lhe via ontem.
Hoje te vejo e estremeço.
Ontem, tomava-te por avesso.
Hoje, em teus olhos,
Há fogo, há chama!
Ontem, havia compaixão,
Havia amor e perdão!
Hoje, diademas há,
Em sua cabeça.
Ontem, porém... Impossível disfarçar?
Coroa de espinhos a lhe adornar!
Hoje, na sua boca,
Terrível espada se vê.
Ontem seus lábios,
Feridos foram sem merecer!
Hoje, cercado lhe vejo,
De soldados angelicais.
Ontem cercado tu estava,
De descrentes, bravatas e imorais!
Hoje, vejo-te erguido,
Assentado sobre um cavalo branco!
Ontem erguido era na madeira,
Onde findara seu pranto!
Hoje, ninguém há,
Que em teu manto ousa tocar!
Ontem usaram da sorte,
Suas vestes dividiram-se em lote!
Hoje, vejo em teu rosto,
A dureza das suas ações,
A fidelidade aos que,
A ti foram fiéis.
Vejo guerra e justiça.
Fogo, morte e ruína,
Não é tempo de emundar!
O que resta é sofrer e chorar.
Fecho os olhos e vejo,
Sinto, ouço, cheiro!
Como é funesto,
O grande e terrível dia do Senhor!
Nenhum comentário:
Postar um comentário